Um cenário promissor, mas com uma demanda de mão de obra ainda reprimida. Se anos atrás, já se falava no crescimento da área de Tecnologia de Informação (TI), hoje isso é uma realidade e com oportunidades imediatas. 

No ano passado, segundo o Censo da Federação das Associações da América Latina, Espanha, Portugal e Caribe de Entidades de Tecnologia da Informação (Aleti), 79% das empresas de TI do País registraram crescimento. Em uma projeção regional, esse aumento é ainda maior. De acordo com o Censo, no Paraná esse número chega a 82%. 

Além disso, os investimentos na indústria de software brasileiras apontam que os estados do Sul e Sudeste concentram 78% do total, segundo dados divulgados ano passado pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES). E essa progressão não é à toa. 

Estatísticas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgado semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que, em 2013, 85,6 milhões de pessoas com 10 anos ou mais de idade utilizaram a internet, sendo que 7,2 milhões acessaram exclusivamente por meio de celular, tablet e outros dispositivos móveis. Isso tudo se deve à evolução das tecnologias. 

No entanto, na contramão dessa expansão há a falta de profissionais qualificados. E a resposta para isso pode ser a dificuldade das empresas em encontrar pessoas com domínio de ambientes de desenvolvimento de linguagens, segundo o IBGE. 

Porém, o Paraná, em especial a região Norte, vem se destacando pela infraestrutura e serviços de telecomunicação, em especial como centro acadêmico ao oferecer todo o suporte para o desenvolvimento de mão de obra. Essa afirmação é do professor Hans Muller, coordenador do curso de Engenharia Elétrica e Redes de Computadores da Faculdade Pitágoras em Londrina. 

Para ele, muito mais que investigar bem o curso escolhido, é importante que o interessado tenha um perfil em tecnologia e afinidade com conhecimentos em matemática e inglês. "A informática não é nada sem a matemática. Qualquer programa que eu desenvolva tem essa ciência por trás. Já o inglês é necessário devido aos termos e à bibliografia, que na sua maioria vem neste idioma", ressalta. 

Gabriel Henriquez, presidente do Arranjo Produtivo Local (APL) de TI de Londrina e região, acrescenta que este "perfil" também deve estar voltado à lógica e ao autodesenvolvimento. "Na maioria das vezes, as pessoas ligadas à área de TI são bastante autodidatas. As escolas e universidades dão a fundamentação, mas a cada dois ou três anos, temos um conjunto de novas tecnologias e aplicações que exigem um aprimoramento constante por parte do profissional", comenta. 

Dentre os cursos, as principais opções atualmente são: Sistema de Informação, Ciências da Computação, Engenharia de Software, Engenharia da Computação e Redes de Computadores. "Merece destaque o desenvolvimento de aplicações mobile que hoje estão fortemente sendo procuradas, ou seja, que tem um potencial bastante promissor. Pegamos um smartphone hoje e temos uma infinidade de aplicativos", complementa Muller. 

OTIMISMO
Um recente levantamento da Tech Pro Research também revela dados interessantes do setor de TI no que se refere a investimentos. A pesquisa feita com 147 executivos de vários países e que são responsáveis pela recomendação e aprovação da compra de TI em empresas globais, revela que 45% das companhias vão crescer seus investimentos neste ano.

Fonte: Folha de Londrina, 04 de maio de 2015.