O dólar fechou em nova alta nesta segunda-feira (3), após o Banco Central sinalizar que não vai aumentar suas intervenções no câmbio mesmo após a moeda norte-americana saltar às máximas em 12 anos, uma pressão cada vez maior sobre a inflação.

A moeda norte-americana avançou 0,87%, a R$ 3,4545 na venda – voltando a ultrapassar o nível mais alto desde 2003. Veja cotação.

Na máxima da sessão, o dólar atingiu R$ 3,4618, maior patamar intradia desde 20 de março de 2003, quando foi a R$ 3,4920.

Nas últimas nove sessões, moeda subiu em oito. Só em julho, o dólar subiu pouco mais de 10% sobre o real. Em 2015 até esta segunda-feira, a moeda acumula alta de 29,93%.

Investidores adotaram estratégias mais defensivas diante das incertezas locais, depois de abertura de nova fase da Operação Lava Jato com a prisão do ex-ministro José Dirceu e com o fim do recesso parlamentar. "O BC deixou claro que não vale a pena brigar contra a alta do dólar", disse à Reuters o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.

Atuação do BC
O Banco Central fez hoje o primeiro leilão de rolagem dos swaps cambiais – equivalentes à venda futura de dólares – que vencem em setembro, correspondentes a US$ 10,027 bilhões, com oferta de até 6 mil contratos.

Se mantiver esse ritmo e realizar leilões até o penúltimo pregão do mês, como tem feito, o BC rolará 60% do lote total, fatia aproximadamente igual à rolagem dos contratos para agosto.

Alguns operadores acreditavam que o BC poderia aumentar o ritmo da rolagem diante da escalada do dólar, que tende a pressionar a inflação ao encarecer importados.

Nesta manhã, o cenário político também pesou com a prisão do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu pela 17ª etapa da Operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção no país.

Fonte: G1, 04 de agosto de 2015.