Servidores públicos da Educação e da Saúde do Estado aproveitaram a presença do governador Beto Richa na abertura da 54ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina e fizeram protesto durante a inauguração da passarela em frente ao Parque Governador Ney Braga. Ambos os grupos dizem que as negociações com o governo não avançam. 

Beto Richa argumentou que, em dois anos, os servidores receberam mais de 20% em reajustes e, especificamente os servidores da educação, tiveram 50,14% de aumento nos salários, além de 50% na hora atividade. "Quem aqui de vocês ganhou reajuste como esse? Todos têm desejo de aumento salarial. Garanto que se as pessoas tivessem ganhado metade do que eles ganharam estariam festejando. Se eu fosse atender as reivindicações de todo funcionalismo, eu teria a simpatia de todos. Mas eu tenho que ser zeloso nos gastos do governo", rebateu. 

Para Elizamara Goulart de Araújo, representante da diretoria estadual do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP), os cálculos do governador são diferentes dos da categoria. "O aumento a que ele se refere não é nada mais do que está previsto em legislação do piso salarial. Reposição não é aumento", declarou. Cerca de 80 mil professores e 110 mil funcionários devem parar as atividades em 23 de abril caso não haja acordo. 

O diretor do Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde (SindSaúde) em Londrina, Marcelo Batista Mendes, estava acompanhado servidores dos hospitais da Zona Sul e da Zona Norte de Londrina, que mantêm apenas 30% das atividades desde 19 de março. "Não vamos retornar às atividades até que tenhamos nossas reivindicações atendidas", prometeu. 

Na pauta dos servidores estão 14 itens, entre eles, novo plano de carreira, reajuste de 30% na gratificação de atividade em saúde, contratação de funcionários, além de melhores condições de trabalho. Cerca de 6 mil funcionários aderiram ao movimento. 

Bem próximo à entrada do Parque Governador Ney Braga, onde foi inaugurada a passarela, está a PR-445, que passa por obras de duplicação. O trabalho, no entanto, está em ritmo lento por conta de atraso nos pagamentos à empreiteira responsável pela obra. De acordo com o governador, o problema ocorre por causa da "perseguição do governo federal, que não concedeu empréstimo ao Paraná". "O dinheiro da obra estava previsto no Proinveste (Programa de Apoio ao Investimento dos Estados e do Distrito Federal), mas não recebemos. Somos o único Estado que não recebeu nada ainda do programa", comentou, acrescentando que o governo vai bancar integralmente a obra. Serão duplicados 17 quilômetros da rodovia entre Londrina e Cambé. O investimento, que inclui a construção de trincheiras e viadutos, supera R$ 100 milhões.

Fonte: Folha de Londrina, 04 de abril de 2014.