Ir mais cedo para a cama traz a sensação de que no outro dia, o corpo e a mente acordarão completamente descansados e prontos para o novo dia que chegou. Mas uma pesquisa colocou em cheque essa crença e chamou atenção de quem cultiva esse hábito. 

O Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, que aconteceu em Roma, foi palco da apresentação de um estudo sobre o tema e fez uma constatação: dormir cedo aumenta a probabilidade de desenvolver pressão alta e de comprometer a qualidade do sono. 

Os testes envolveram 2400 homens adultos com idade entre 40 e 60 anos e analisaram os resultados de quem sofria com problemas de pressão alta com quem tinha pressão normal.

Os pacientes com pressão arterial em níveis saudáveis deitaram-se praticamente 20 minutos depois do que os que tinham o problema. Os dois grupos tinham uma média de sono de 6,2 horas por noite.

A avaliação feita foi curiosa, já que todos os que eram vítimas de pressão alta afirmaram que a qualidade de seu sono era ruim. Mas os que tinham pressão normal sentiam-se mais descansados mesmo tendo dormido mais tarde e, consequentemente, menos. O mais surpreendente é que esse padrão não foi verificado em mulheres. 

Nobuo Sasaki, um dos autores da pesquisa, fez declarações sobre os estudos. "Dormir cedo foi associado a pressão alta em todos os casos", explicou. O fundamento usado para esclarecer o problema é que a hipertensão é capaz de alterar o relógio biológico e os ritmos circadianos, o que causa exaustão nessas pessoas durante sua noite de sono. 

Fonte: Bonde, 14 de dezembro de 2016.