Um dia após prestar o primeiro depoimento como réu da Lava Jato o ex-presidente Paulo Pinto/Agência PT/Reprodução Lula discursa para multidão na av. Paulista Luiz Inácio Lula da Silva usou o palanque de uma manifestação organizada por centrais sindicais nesta quarta-feira (15) para criticar o governo Temer e "dar a largada" para uma eventual candidatura à Presidência da República.
Em seu discurso diante de milhares de manifestantes contra a reforma da Previdência, na avenida Paulista, Lula afirmou que quer "o direito de voltar a ser respeitado com dignidade" e que "o povo só vai parar [de protestar] quando eleger um governo democrático de direito". Manifestantes na primeira fila em frente ao carro de som responderam: "É você".
O ex-presidente também afirmou que está cada vez mais claro que um golpe foi dado, não só contra a ex-presidente Dilma Rousseff, mas contra as conquistas sociais do povo, tentando "enfiar goela abaixo do povo brasileiro uma reforma que vai impedir a aposentadoria de milhões". Para finalizar seu discurso, Lula criticou o presidente Michel Temer: "O Temer deveria ser presidente de uma empresa, para vender o que ele produzisse e não vender os bens do povo brasileiro. Esse país era respeitado no exterior e hoje temos um presidente que não tem coragem de ir nem na Bolívia.
Horas antes do discurso de Lula, na tarde desta quarta, o presidente Michel Temer afirmou que a sociedade brasileira tem compreendido a necessidade de apoiar as medidas econômicas de seu governo.
Em discurso a uma plateia de empresários e servidores, o peemedebista ignorou as manifestações pelo país e disse que a administração federal está apontando um caminho para "salvar a Previdência Social do colapso". "A sociedade brasileira, pouco a pouco, vai entendendo que é preciso dar apoio a este caminho para colocar o país nos trilhos", disse. Lula discursou por volta das 19h30 desta quarta-feira para manifestantes que foram às ruas na capital paulista contra as reformas da Previdência e trabalhista. Movimentos sociais, centrais sindicais e trabalhadores se reuniram na avenida Paulista, em São Paulo, como parte do Dia Nacional de Paralisações e Greves, que atingiu 19 Estados do país.
Fonte: Folha S.Paulo, 16 de março de 2017.