A economista chefe do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, sugere que poupar 10% do salário mensalmente permite manter o mesmo padrão de renda depois da aposentadoria. Pela conta, um jovem de 25 anos que receba R$ 2 mil ao mês deve guardar R$ 200 até os 65 anos, quando terá quase R$ 152 mil poupados, sem considerar os juros.
Como a expectativa de vida brasileira é pouco acima de 74 anos, ele terá quase R$ 1.495 ao mês a mais na renda até chegar a tal idade. Somada à menor pensão pela Previdência Social, de R$ 724, o valor fica pouco acima dos R$ 2 mil mensais que recebe hoje. "As pessoas mais novas têm de esperar ganhar um salário mínimo no futuro ainda que paguem por mais do que isso, então, se quiserem uma aposentadoria mais confortável, têm de se preparar", diz Luiza, ao projetar mudanças nas regras previdenciárias.
A economista lembra que a pessoa terá mais custos com saúde depois de se aposentar e que é preciso ter uma poupança ou outras fontes de renda. O professor de economia Sidnei Pereira do Nascimento, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), orienta que, caso a escolha seja pela previdência privada, é preciso cuidado. "É uma opção interessante, mas é preciso checar bem o contrato e a solidez da instituição financeira, para não ter um dissabor lá na frente."
Luiza lembra que a poupança é a aplicação mais popular, indicada para quem não tem muito dinheiro. Já a previdência privada funciona como uma poupança obrigatória, tem cobrança de taxa de administração e é ideal para quem declara Imposto de Renda (IR). São dois tipos, o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). "A primeira opção é para quem usa o formulário completo do IR e a segunda, para os que usam o modelo simples. Na dúvida, vale consultar mais de um banco e ficar atento às taxas", aconselha a economista.
Folha de Londrina, 19 de maio de 2014.