Documento do Departamento de Estudos e Estatísticas Intersindicais (Dieese) levantou o número de greves de 2016, tanto no setor público quanto no privado. No total, somando as duas áreas e mais as empresas estatais, foram 2.086 greves ao longo do ano. A informação foi divulgada no site do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc).
No geral, nos três níveis do funcionalismo (federal, estadual e municipal) foram 979 greves e mais de 96 mil horas paradas. Além de 121 greves em empresas estatais. No setor privado foram 986 greves no ano passado.
Uma primeira característica do documento do Dieese é o predomínio de paralisações novamente no setor público em comparação com o setor privado. Esse dado representa uma mudança na tendência observada ao longo dos anos 2000, quando trabalhadores do setor privado haviam recuperado iniciativa de lutas.
Prevaleceu também, em 2016, a pauta defensiva, contra a retirada de direitos, própria do período de gestão Temer (PMDB), a partir de 2016.
Municipais e luta defensiva
A maioria das greves no serviço público, segundo análise na matéria do Sismuc, ocorreu para evitar perda de direitos ou salários em atraso. São as chamadas pautas “defensivas”. Somente 22% das greves não foram por bandeiras defensivas, mas por temas propositivos.
Embora todos os setores do funcionalismo público – federal, estadual e municipal -, tiveram o predomínio dessas pautas defensivas, os municipais se destacam nesse quesito, com 522 greves defensivas contra apenas 307 propositivas – o que pode refletir o impacto de políticas de ajuste fiscal nas cidades, forçando o servidor a defender manutenção de direitos.
A principal pauta dessas greves foi contra o atraso salarial promovido por prefeituras: 35,6%, seguida por condições de trabalho (26,3%) e contra o atraso no Plano de Cargos e Salários (15,4%).
Fonte: Bem Paraná, 29 de agosto de 2017.